Biblioteca da EB 2,3 de Freiria
Centenário da Grande Guerra 1914-1918
3 Quatro longos anos de conflito
Quatro longos anos de conflitos
Quando foi decretada a mobilização, os franceses estavam divididos entre a consternação e o entusiasmo. Os soldados, inicialmente persuadidos da curta duração da guerra, estão longe de imaginar que irão enfrentar quatro longos anos de conflito.
Para os alemães, esta era uma guerra inevitável. Desde o início do século XX que uma parte da população alemã considera a guerra uma forma de defender os interesses do país face ao que achavam ser uma ameaça por parte da França, Inglaterra e Rússia.
Plano XVII
Em setembro de 1914, o exército francês inicia a sua marcha tendo em mente um único objetivo: a ofensiva. O plano era libertar a zona de Alsace (anexada pela Alemanha desde 1870) e a partir daqui prosseguir até à Alemanha, se possível até Berlin. Mas nada se passou como previsto, em Alsace, os franceses encontram uma forte resistência por parte dos alemães que os obrigam a recuar. O plano é um fracasso e provoca duras baixas.
… contra plano Schlieffen
O exército alemão combate em duas frentes, uma a Este e outra a Oeste. Na frente Este, tenta impedir as tropas russas de progredirem. Na frente Oeste aplica o plano Schlieffen para derrotar rapidamente o exército francês. Este plano audacioso previa contornar o exército francês pela Bélgica, pais neutro. No início do mês de setembro de 1914, as tropas alemãs estão a menos de 40km de Paris.
Na capital francesa todos se preparam para o cerco, quando o exército franco-britânico, dirigido pelo marechal Joffre, consegue lançar o contra ataque: a batalha do Marne (5-9 de setembro) é uma vitória inesperada para os franceses. O plano Schlieffen foi um fracasso.
Os táxis do Marne
Já ouviste falar do episódio dos táxis do Marne? Para ajudar os soldados que estavam a combater, o general Gallieni requisita centenas de táxis para transportarem os novos soldados para a frente da guerra.
Graças a este gesto, os soldados que estavam na batalha do Marne ganharam novo animo.
Da guerra de movimento
Apesar dos sucessivos fracassos, os exércitos continuam com as suas ofensivas. É a chamada guerra de movimento. Os exércitos tentam deslocar-se até chegarem ao Mar do Norte, obrigando a frente de guerra a deslocar-se. Mas também esta tática resulta infrutífera para ambos os lados. Esgotados os exércitos franco-britânico e alemão acabam por se debaterem numa frente imóvel de 720Km entre a Suíça e o Mar do Norte: é o início da guerra de posição.
A partir deste momento, os soldados começam a ter a perceção de que a guerra será mais longa do que o que tinham imaginado.
… à guerra de posição
A guerra de posição ou guerra de trincheiras mantem os soldados em posição nos seus locais, afastando-se dos primeiros planos de guerra. Durante quatro anos, são perpetuados enormes esforços para furar as linhas inimigas, mas até 1918, a maior parte dos planos dos exércitos resultam fracassados.
De uma ofensiva a outra
As grandes ofensivas interrompem o quotidiano dos combatentes. Em 1915, o exército francês organiza várias ofensivas, sem sucesso, em Artois e Champagne a fim de deslocar a frente do alemão. Em 1916, batalhas como a de Verdun ou a de Somme duram meses e são devastadoras.
Algumas grandes batalhas
A batalha de Somme (julho-novembro, na Picardia, opõe o exército franco-britânico ao alemão. Logo no 1º dia de combate, os ingleses contam com cerca de 20 mil baixas, um triste record. Esta batalha que conseguiu enfraquecer os alemães, tornou-se numa das mais mortíferas.
Em fevereiro de 1916, o general alemão Falkenhayn decide massacrar o adversário, atacando a praça-forte de Verdun. Após um violento bombardeamento, a resistência francesa organiza-se e, num espaço de 2m2 , tem início uma batalha de apropriação que durará 10 meses, até dezembro de 1916. Num cenário praticamente lunar, transformado pelas explosões, as trincheiras desapareceram. Os homens vivem em buracos improvisados. A única estrada, por detrás das linhas francesas, permite o itinerário de 3000 veículos, dia e noite, para transporte de homens e material, é a chamada “Via sagrada”. Resultado da batalha: Verdun permanece nas mãos dos franceses mas conta com 160 000 mortos e a Alemanha com 140 000.
Inicialmente restrita às grandes potências europeias, o conflito envolve rapidamente numerosos países que se organizam do lado da tríplice-alliance ou da tríplice-entente. A guerra torna-se mundial.
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