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Era uma vez no Oeste...

Era uma vez no Oeste...

Lucky Luke, o célebre cowboy solitário, o homem que atira mais rápido que a própria sombra, festeja este ano 70 anos. Foi em 1946 que o desenhador belga Maurice Bevere, mais conhecido pelo pseudónimo Morris criou o nosso herói Lucky Luke.

Site: Agrupamento de Escolas de São Gonçalo
Disciplina: Biblioteca da EB 2,3 de Freiria
Livro: Era uma vez no Oeste...
Impresso por: Visitante
Data: Domingo, 22 Dezembro 2024, 13:36

1 Era uma vez no Oeste....

Lucky Luke, o célebre cowboy solitário, o homem que atira mais rápido que a própria sombra, festeja este ano 70 anos. Foi em 1946 que o desenhador belga Maurice Bevere, mais conhecido pelo pseudónimo Morris criou o nosso herói Lucky Luke.

1.1 Lucky Luke

Lucky Luke, o célebre cowboy solitário, o homem que atira mais rápido que a própria sombra, festeja este ano 70 anos. Foi em 1946 que o desenhador belga Maurice Bevere, mais conhecido pelo pseudónimo Morris criou o nosso herói Lucky Luke.

Em 1946, Lucky Luke era uma personagem mais redonda (como Popeye ou outro herói de desenhos animados da época), tinha apenas quatro dedos em cada mão. Influência do tempo que Morris passou a trabalhar para os estúdios Disney. Com o decorrer dos anos, a silhueta de Lucky Luke tornou-se mais alongada e mais próxima do seu modelo, o ator americano Gary Cooper, que representava o papel de um cowboy.

O nosso herói é um homem calmo que mantém sempre o sangue-frio, qualquer que sejam as circunstâncias. A sua destreza com a arma permite-lhe neutralizar o inimigo sem nunca os matar.

Lucky Luke não é um herói cómico, é um justiceiro solitário que faz respeitar   lei, defende os mais desprotegidos e arbitra os conflitos. O toque de humor é feito pelo seu cavalo pensante que reproduz os seus pensamentos.

As aventuras de Lucky Luke oscilam entre a paródia ao far west, homenagem aos westerns e documentário histórico.

1.2 Maurice Bevere

Maurice de Bevere nasceu em Courtrai (Bélgica), em 1923. Começou a sua carreira num estúdio belga de desenhos animados, e, a partir de 1944, passa a desenhar para a revista Moustique, já com o pseudónimo de Morris. Esta revista é editada pela casa Dupuis que publica igualmente o hebdomadário Spirou e, uma vez por ano, o Almanaque Spirou. Foi no Almanaque Spirou que apareceu a primeira aventura de Lucky Luke, Arizona 1880, em dezembro de 1946.

 

Morris tem vinte e três anos quando inventou Lucky Luke, e dedicar-lhe-á todo o seu tempo, até à sua morte, em 2001, na criação desta personagem e do seu universo, o que representa um total de setenta álbuns e três mil pranchas.

 

Mas regressemos ao inicio da carreira de Morris: em 1948 passará ema estadia nos Estados Unidos e no México que lhe será muito proveitosa. Primeiro, descobre o trabalho dos ilustradores americanos nos quais se inspira. Depois, tem oportunidade para pesquisar sobre o far west, nas bibliotecas, o que se revelará muito útil. Para além disso, encontra um jovem francês, René Goscinny que se tornará, a partir de 1955, o cenarista das aventuras de Lucky Luke.

1.3 “Morris era um perito na arte do preto e branco”.

Se a arte de Morris é original, é graças aos enquadramentos utilizados e à apresentação das suas pranchas. Tal como no cinema, Morris utiliza uma grande variedade de enquadramentos, que vão do grande plano ao plano de conjunto. E ainda na liberdade com que criava as suas pranchas, fugindo aos esquemas habituais.

Desde os seus primeiros álbuns que se divertia a caricaturar seus conhecidos e a transformá-los em personagens da Banda Desenhada. Um hábito que nunca mais abandonou. Assim, em Lucky Luke contra Joss Jamon, a personagem de Pete, o indeciso, é uma caricatura de Goscinny e Morris ainda transpôs para os seus álbuns muitas figuras do cinema.

1.4 O tema do “duplo”

O tema do “duplo” está muito presente na obra de Morris, na forma de jogos simétricos ou de espelho, ou nas personagens. Em o Sósia de Lucky Luke, uma das suas primeiras aventuras, o nosso herói tem de enfrentar Mad Jim, o seu duplo negativo ( Mad Jim é um bandido e Lucky Luke um justiceiro. Com os irmão Dalton, o efeito surge quadruplicado, visto que têm todos o mesmo formato de cabeça, apenas a altura deles é que difere, como se fossem bonecas russas. 

1.5 Personagens intervenientes nas aventuras de Lucky Luke - Jolly Jumper

Jolly Jumper o fiel companheiro do herói, não é propriamente um cavalo normal: sabe fazer café, jogar xadrez, subir às árvores, e intervir na altura certa para salvar Lucky Luke das situações mais críticas. Morris sempre disse que se estreou nas histórias de Western para desenhar cavalos. É, portanto, graças a Jolly Jumper que Lucky Luke existe.

1.6 Personagens intervenientes nas aventuras de Lucky Luke - Rantanplan

 

Outro animal emblemático da série: Rantanplan, o cão “mais estúpido” do Oeste americano. Estupido, medricas, sempre esfomeado e completamente desprovido de faro, Rantanplan é uma paródia a Rintintin (o pastor alemão de uma série de televisão americana transmitida a partir dos anos 1920).

Na penitenciária, Rantanplan tem por missão vigiar os Dalton que são tão estúpidos como ele (sobretudo Averell) e que conseguem sempre escapar à vigilância do cão.

Porque é preciso ocupar Lucky Luke e dar-lhe muitos inimigos para que ele os possa perseguir, foram criados inúmeros fora-da-lei: Dalton, Billy the kid, Joss Jamon, Jess James e ainda, do lado feminino, Belle Starr.

1.7 Personagens intervenientes nas aventuras de Lucky Luke- outras figuras

O número e diversidade de personagens que povoam o universo imaginado por Morris e Goscinny é impressionante: bandidos, cowboys, aventureiros (e aventureiras como a famosa Calamity Jane), cangalheiros, jogadores de poker, bailarinas de saloon, índios,  mexicanos, e ainda chineses empregados na construção do caminho de ferro ou em lavandarias ( ex. Ming Li Foo em o vigésimo cavaleiro)…

in, tradução da revista Virgule, nº139, abril 2016