O que é o Renascimento?
8 Ventos de reforma na religião
Também na religião se sente o vento da mudança. Não satisfeito em constatar que a Igreja católica não seguia os ensinamentos da Bíblia, Lutero e os seus companheiros pretendem reformula-la.
Este retrato de Lutero foi pintado pelo pintor protestante, alemão, Lucas Cranach, o velho.
A Igreja abusa do seu poder
Na Europa, no século XVI, a grande maioria dos homens e mulheres crê em Deus e respeita os ensinamentos da Igreja cristã. Mas alguns homens da Igreja, aproveitaram as suas riquezas, deixaram-se tentar pelo luxo, vivem como príncipes e imiscuem-se nos assuntos políticos, o que é contrário às recomendações cristãs. Ora, com a divulgação da Bíblia em grande quantidade e a sua tradução do latim, muitos podem lê-la e perceber o quanto a Igreja se afastou dos seus fundamentos.
Lutero reage…
Alguns cristãos sentem necessidade de protestar contra esta situação, reformando a Igreja. Na Alemanha, o jovem monge Lutero decide reagir: em 1517, publica um texto intitulado 95 teses na qual denunciava os abusos da Igreja. Quando o Papa Leão X se apercebeu que estas ideias estavam a atrair muitas pessoas, este aconselhou Lutero a rever os seus atos. Como Lutero se recusou a abandonar a sua reforma, o Papa excomungou-o e a todos os seus seguidores.
… e muitos seguiram-no
Lutero e os que o seguiam criam uma corrente distinta da Igreja católica, chamada Reforma protestante. Católicos e protestantes são todos cristãos. Ambos creem em Deus, mas as suas práticas diferem. Lutero, seguido por outros reformadores (Calvino, Thomas Muntzer, philipp Melanchthon…) difundem as ideias da Reforma na Alemanha, Escandinávia, Países Bálticos, Suíça e França. Entre ambas as fações sucedem-se violentos combates, sobretudo em França, onde se defrontaram durante mais de trinta anos: são as guerras religiosas.
Caso da Inglaterra:
A Igreja inglesa também se separa do Papa, mas por motivos políticos: o rei Henrique VIII (1509-1547) decide deixar de reconhecer a autoridade do Papa, pois este recusou-se a conceder-lhe o divórcio com Catarina de Aragão. Henrique VIII decide criar a sua própria Igreja, a Igreja anglicana, que mais tarde se juntará ao protestantismo.