Centenário da Grande Guerra 1914-1918

8 A vida longe da frente da guerra

 

Enquanto os soldados estão na frente, a vida contínua difícil para os que estão na retaguarda, nas cidades ou no campo.

A guerra, tão longe e tão próxima

A guerra também se faz na retaguarda, longe da frente de batalha.

Face ao perigo os partidos começam uma campanha de propaganda: a imprensa só pode transmitir os comunicados do exército e toda a informação contrária à guerra é proibida. Esta prática de limpeza cerebral escondia os horrores da guerra e difundia falsas informações sobre os avanços da guerra. A guerra está sempre presente na vida das pessoas, quer pelos bombardeamentos aos civis, quer nas cantigas, nos filmes ou no teatro. Os familiares e amigos dos soldados enviam encomendas ou recebem os refugiados. No entanto, perante a duração do conflito, a população recomeça pouco a pouco a divertir-se, o que leva os soldados da frente a pensarem que foram esquecidos.

Uma economia de guerra                                          

Atingida pela guerra, as indústrias são convertidas para produzirem armas, munições e tudo o que diz respeito ao consumo dos exércitos (trigo, carvão, uniformes, capacetes, rações alimentares, etc.). A mobilização esvaziou os campos dos seus agricultores e as fábricas dos seus operários. Alguns soldados são enviados para as fábricas para trabalharem. Depois, as mulheres, as crianças, os feridos, os prisioneiros e os habitantes das colónias são chamados para contribuírem para o esforço de guerra.

As mulheres vestem os fatos de trabalho dos maridos e vão para as fábricas. Vê-las a fabricar armamento e a conduzir camiões não era prática habitual no início do século XX.

Da redistribuição à penúria

Com o decorrer do conflito, começa a haver falta de recursos (alimentos, carvão, etc) destinados essencialmente ao exército e que deixam as populações na penúria.

A distribuição destes bens, em França e na Inglaterra, evita tensões sociais junto destes dois países. Em contrapartida, a Alemanha torna-se vítima de uma crise de alimentação, inflacionada pela subida de preços. Também a Áustria-Hungria e a Rússia têm dificuldades em alimentar as populações. As tensões enfraquecem os regimes já de si esgotados pela duração da guerra.